Monday, October 30, 2017

Crença, dúvida e fanatismo - Onde existe Deus.


 “Deus não é uma pessoa; Deus não está sentado em algum lugar. Essas ideias são simplesmente estúpidas. Deus é a total presença da existência, do ser, a verdadeira base do ser. Deus existe onde há união; onde há ioga, Deus passar a existir. (…) Amor é Deus. Esqueça-se de Deus, o amor fará tudo. Mas nunca se esqueça do amor, porque Deus sozinho não adiantará.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo - Deus no Todo


 “Deus é a maior totalidade, todas as coisas juntas. Deus não é uma pessoa, Deus é uma presença, a presença quando o todo está funcionando em uma grande harmonia – as árvores, os pássaros, a terra, as estrelas, a lua, o sol, os rios, os oceanos – todos juntos. Essa união é Deus. Se você a dissecar, jamais encontrará Deus. Disseque um homem; você não conseguirá encontrar a presença que fazia dele uma criatura viva. Disseque o mundo; você não conseguirá encontrar ali a presença que é Deus.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo. - Oração


 “Então, quando você está com medo, começa a se lembrar de Deus. O seu Deus é um subproduto do seu medo. Quando você está se sentindo bem, sem medo, nem pensa nele. Não há necessidade.
(…) a maturidade só chega quando você percebe que está sozinho e tem de estar sozinho, tem de enfrentar a realidade como ela é. (…) Se algo tiver de acontecer, vai acontecer. (…) Se a morte for acontecer, ela vai acontecer. Você continua chamando Deus, mas a proteção não chega até você. Você não está chamando ninguém, está simplesmente chamando por medo. Talvez chamá-lo em voz alta lhe dê certa coragem. Talvez rezando… a oração lhe dá certa coragem, mas não ha nenhum Deus para responder à prece. Não há ninguém para responder à sua prece. Mas, se você tem uma ideia de que alguém está ali para responder à sua prece, pode se sentir um pouco aliviado, relaxado. (…) Mas se a oração é respondida de uma maneira ou de outra, qual é a razão dela? Sim, às vezes ela coincide com os fatos, às vezes não coincide com os fatos, mas sua oração não faz diferença para os fatos. Pode fazer uma pequena diferença em sua mente, mas na verdade ela não faz diferença.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo. - Direito de saber.


 “Você diz: “Todas as pessoas têm o direito de acreditar em alguma religião específica”. Não existe religião específica. Existe apenas uma religiosidade. E ninguém tem o direito de ‘acreditar’! Todos tem o direito de SABER. “

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo - não acredite, conheça!


 “Um cristão é alguém que fala sobre a verdade e não sabe nada a respeito dela. Um Cristo é alguém que conhece a verdade. Ela é sua experiência. O cristão não tem experiência própria, ele está simplesmente repetindo as palavras de Cristo. E repetir as palavras de outro é uma atividade estúpida. Essa repetição é chamada “crença”. Lembrem-se, religião não tem nada a ver com crença. Toda a base da religião é a visão, não a crença. Lembrem-se, somente os cegos acreditam na luz. Aqueles que têm olhos não acreditam na luz, eles a conhecem! No momento em que você conhece algo, a necessidade da crença desaparece. Mas o mundo está cheio de crentes. Isso significa que o mundo está cheio de pessoas cegas. E como uma pessoa chega a determinada crença? É apenas uma coincidência – que você tenha nascido em determinada família e que esta tenha começado a impor suas crenças sobre você. (…) e religião não é algo tão barato que outra pessoa possa impô-la a você. Ela tem de ser a escolha de um indivíduo. A religião tem de ser escolhida a partir da liberdade. Não é um condicionamento. A crença é um condicionamento. A crença significa que a pessoa foi tornada temerosa de que, se não acreditar, será punida. E então vem o inferno. Para aqueles que não acreditam, existe o inferno. E para aqueles que acreditam? Para eles, existem todas as alegrias do paraíso.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo. - Não se limite!


 “Uma pessoa religiosa não pode ser cristã, hindu ou muçulmana. Ser religioso é ser tao vasto que é impossível confinar isso a essas pequenas prisões – igrejas, seitas, credos, dogmas. Um Homem religioso não tem catecismo. Ele conhece o amor, conhece a verdade, conhece a beleza, conhece a autenticidade. Mas também sabe que esses valores são impossíveis de serem expressos por palavras. Você pode vivê-los, sê-los – essa é a única maneira de expressá-los. Mas não pode dizê-los. Pode mostrar, mas não dizê-los.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo -Fé x Crença



“A crença em Deus não é necessária. Na verdade, a palavra crença é feia. Ela não mostra confiança, não mostra fé – crença é quase o contrário de fé. A palavra crença tem implícito nela o sentido de desejar, ansiar. Deixe-me explicar. Você diz: “Eu acredito no Deus misericordioso”. O que está dizendo exatamente? Está dizendo: “Eu desejo que haja um Deus misericordioso”. Quando você diz ‘Eu acredito’, você está dizendo ‘eu desejo intensamente’, ‘eu anseio’. Mas você não sabe.

(...)
As crenças são feitas pelo homem; a confiança é Divina. As Crenças são filosóficas; a confiança não tem nada a ver com filosofia. A confiança simplesmente mostra que você sabe o que é o amor. Não é um conceito de Deus que está sentado em algum lugar no céu, manipulando e administrando. A confiança não precisa de Deus; a vida infinita, esta totalidade, é mais do que suficiente. E, uma vez que você confia, você relaxa. Esse relaxamento é entrega”


Osho: Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo - Entrega


“O cristão ensina a entrega a Deus; Deus é apenas uma desculpa para a entrega. É uma ajuda, porque seria difícil alguém se entregar sem nenhum objeto. O objeto é apenas uma desculpa para que, em nome de Deus, você possa se entregar. O budismo diz simplesmente: entregue-se – Deus não existe. Você simplesmente relaxa. Não é questão de algum objeto, é uma questão da sua própria subjetividade. Relaxe, não lute. Aceite.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo. - Personalidade


 “A primeira coisa a ser lembrada é que você não é sua personalidade. Quem você é realmente você ainda não sabe, porque antes que tomasse consciência disso – da sua realidade, da sua face original – a sociedade já havia lhe imposto um padrão, um modelo. Ela já havia começado a cortar e se livrar de qualquer coisa que não fosse adequada a ela. Já havia começado a adicionar a você coisas arbitrárias, artificiais, para torná-lo adequado à sociedade. Toda sociedade cria seu próprio tipo de personalidade, porque toda sociedade tem uma estrutura diferente.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo – Tornando-se indivíduos




“A sociedade tenta fazer de você uma pessoa, nunca um indivíduo. Uma pessoa é alguém que tem uma personalidade, e esta é uma máscara. A sociedade ensina-o como se sentar, como se levantar, como se comportar, como agir em determinadas situações. De todas as maneiras possíveis a sociedade o está preparando para que você possa se ajustar ao status quo. (…) Personalidade é a máscara que lhe foi dada para manter sua face original escondida. É todo o traje com o qual aos poucos você se torna identificado. (…) Aquilo não é quem você estava destinado a ser. (…) 

Personalidade é aquilo que a sociedade consegue fazer de você. E individualidade é aquilo que a sociedade teme. A personalidade é criada pela sociedade de acordo com suas próprias exigências, mas a individualidade é selvagem, natural. Não foi feita para se ajustar a algum mecanismo; não pode ser transformada em um dente na engrenagem. (…) 

Abandonem todas as ideias que as pessoas incutiram em vocês. Sim, às vezes estas ideias são muito gratificantes. Alguém diz: “Como você é bonito!” Você tem coragem de pedir: “Por favor, dê-me alguma prova disso?”

 Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo - Sadismo.


 “Desde sua tenra infância, toda religião está criando medo em você. E o outro lado do medo é a ambição. Ambos são criados ao mesmo tempo, não são duas coisas. De um lado o medo é criado: se a pessoa faz determinada coisa ela será punida, e a punição é tornada a mais exagerada possível. Se vocês olhares as ideias de todas as religiões sobre o inferno, ficarão surpresos. Essas escrituras foram escritas por grandes santos, e eu sempre fiquei imaginando se estas pessoas eram santos ou certo tipo de sádico, porque até para imaginar todas estas torturas e preciso ter a mente de um sádico e, de algum modo, sentir prazer na imagem."

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo. - Céu e Inferno



“Quando eu estava lendo todas essas escrituras das religiões e a maneira como elas descreviam o inferno, parecia que aquelas pessoas que as estavam contando era comparáveis a Sade (Marquês de Sade). Todas as pessoas são doentes – e as religiões todas foram dominadas por pessoas doentes. Aqui eles criaram o inferno; e, ao lado, para eles próprios e outros santos, e para aqueles que cumprirão seus mandamentos, criaram o céu. E no céu há todos os tipos de prazer. Muito estranhamente, as mesmas coisas que eles condenavam aqui, que condenam na vida de vocês, estão abundantemente disponíveis no céu."


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Crença, dúvida e fanatismo - O inferno imaginado pelos Santos.


 “Desde sua tenra infância, toda religião está criando medo em você. E o outro lado do medo é a ambição. Ambos são criados ao mesmo tempo, não são duas coisas. De um lado o medo é criado: se a pessoa faz determinada coisa ela será punida, e a punição é tornada a mais exagerada possível. Se vocês olhares as ideias de todas as religiões sobre o inferno, ficarão surpresos. Essas escrituras foram escritas por grandes santos, e eu sempre fiquei imaginando se estas pessoas eram santos ou certo tipo de sádico, porque até para imaginar todas estas torturas e preciso ter a mente de um sádico e, de algum modo, sentir prazer na imagem."


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.  

Sunday, October 29, 2017

Crença, dúvida e fanatismo - Poder instituído.


“Os políticos, os sacerdotes, os super-ricos, os pedagogos nas universidades – todos eles estão em posições poderosas. Seu esforço de investigar é uma declaração contra todos eles, porque eles estão dizendo: “A verdade foi encontrada por Jesus Cristo; vocês não têm de se preocupar com isso. Só precisam acreditar em Jesus Cristo. Ora, isso é tao estúpido como alguém dizer: “A teoria da relatividade foi descoberta por Albert Einstein. Vocês não precisam se preocupar com a teoria da relatividade – simplesmente acreditem em Albert Einstein”. 

Você acha que a fé em Albert Einstein vai fazer com que entenda alguma coisa sobre a teoria da relatividade? O que a sua fé em Einstein tem a ver com a teoria da relatividade? Elas não estão de modo algum relacionadas uma com a outra. O mesmo acontece com Jesus, Krishna, Zaratustra, Buda, Maomé. É impossível vocês saberem o que Jesus sabe, pelo simples fato de acreditarem em Jesus. 

Em primeiro lugar, como vocês sabem que ele sabia? Em segundo lugar, como podem destruir o ceticismo que veio dentro de vocês desde o seu nascimento? A fé é ensinada. A dúvida é sua capacidade natural. A existência lhe proporciona a qualidade da dúvida, e os interesses estabelecidos destroem essa qualidade e a encobrem com crenças. As crenças estão a favor dele, e não a seu favor. 

(…) Deixe que todo o poder se vire contra mim; no entanto, eu lhe digo que a minha experiência me torna muito mais poderoso do que todas essas pessoas. O poder delas é apenas temporário; o poder que a verdade lhe proporciona é eterno

Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Inocente ou Infantil?


“O crescimento é um subproduto da investigação da verdade. Os crentes nuncas crescem, eles permanecem infantis. E, lembre-se, ser inocente e ser infantil são polos opostos, e não a mesma coisa. Ser inocente é bonito. O homem que confia é inocente e o homem crente é infantil. Ser inocente é o ponto máximo do crescimento – é a própria culminância; a consciência chegou ao seu pico fundamental. Ser inocente significa ser um sábio, e ser infantil significa ser apenas alguém que não cresceu.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. - Buscas da verdade


"A busca da verdade só tem início quando voe se livra de toda crença. Você diz: “eu gostaria de encontrar a verdade por conta própria. Não acreditarei em Cristo e não acreditarei em Buda. Gostaria de eu mesmo me tornar um Cristo ou um Buda, gostaria de ser uma luz dentro de mim mesmo. (…)"


Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. - Meditação



“Nossos métodos são chamados de meditações. Elas são absolutamente científicas. Nenhuma oração é científica, porque primeiro a pessoa tem que acreditar em um Deus. E só então ela pode orar, porque uma oração tem de ser dirigida a alguém. A meditação não é dirigida a ninguém, é apenas um método de cavar dentro de si mesmo. E a pessoa está ali! Não é necessário acreditar que ela está ali”



Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Conhecimento disponível


“Quando o conhecimento estiver disponível, quem vai acreditar? Quando a experiência estiver disponível, quem vai lê-la numa Bíblia, num Alcorão? Quando vocês tiverem alimento disponível para comer, não acho que optarão por pegar um livro de culinária para ler. Isso vocês poderão fazer depois, ou talvez possam não precisar fazê-lo.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo.

Crença, dúvida e fanatismo. Perdão


“As religiões ensinam você a perdoar. Eu digo que essa não é a coisa certa a fazer. Perdoar significa primeiro que você foi ofendido; do contrário, por que está perdoando? Eu nunca perdoei ninguém pela simples razão de que nunca fui ofendido por ninguém: eu entendo a sua situação, o seu problema. Posso ver profundamente dentro das pessoas”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo

Crença, dúvida e fanatismo - Universo dentro de você!


“Há um vasto universo fora de você, infinito. Você pode continuar sempre o explorando, pois ele não tem fim. Mas há um universo maior dentro de você, e tão perto – dentro de você! E você pode continuar explorando-o. Você virá a saber quem você é, mas isso não é o fim: essa experiência continua se aprofundando infinitamente."


Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - você acredita?


“As pessoas têm me perguntado repetidamente: “Você acredita nisso? Você acredita naquilo?”
E tenho lhes dito que esta é uma pergunta absurda. Ou eu conheço algo ou não conheço. A crença não tem lugar algum em meu ser. Se eu não sei, então eu vou tentar saber – isso é a dúvida, isso é a investigação. E, se eu sei, então não há necessidade de acreditar; eu sei disso por minha própria autoridade. Por que eu deveria acreditar em Jesus Cristo ou em Gautama Buda? Não há necessidade disso. Mas o estranho é que Jesus Cristo continua acreditando nos velhos profetas. Ele não tem experiência própria. Deu sé sua fé, não é sua experiência. Maomé acredita em Deus. Eu fico simplesmente surpreso de que essas pessoas nunca tenham pensado que a crença simplesmente prova que as pessoas são ignorantes, que elas não sabem. Você está simplesmente carregando um conhecimento emprestado dos outros”.



Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Questionem!


“Eu insisto: questionem, meditem, entrem profundamente dentro de si mesmos. Vocês vão encontrar uma realidade tremenda, mas não Deus. Vão encontrar a consciência em seu florescimento fundamental, eterno. Mas não vão encontrar um velho com uma longa barba (…) Vocês não encontrarão Deus.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.


Crença, dúvida e fanatismo - Condicionamento



“ O budista jamais pergunta o que é Deus ou onde está Deus, porque o budismo não acredita em Deus – e então as crianças foram condicionadas dessa maneira. Quando vocês perguntam sobre Deus, vocês acham que essa é a sua pergunta – não é. Vocês podem ter nascido em uma família cristã, em uma família hindu, em uma família judia, e elas condicionaram a sua mente para a existência de um Deus. Elas lhe deram certa imagem de Deus, algumas ideias sobre Deus. E criaram vocês com tanto medo que duvidar passou a ser perigoso. Uma criança, desde muito pequena, é condicionada a temer o inferno eterno onde vocês serão lançados vivos ao fogo e irão arder nele, mas não morrerão. (..) E vocês são motivados para o fato de que, se acreditarem, simplesmente acreditarem, todos os prazeres, todas as alegrias da vida serão seus. Acreditem e estarão ao lado de Deus, duvidem e estarão do lado do demônio. A criança está fadada a comprar qualquer bobagem que vocês estejam lhe dando. Ela tem medo. (…) como é natural, a criança simplesmente recua da dúvida, fica com medo: isso não vale a pena. E a crença é tao simples. Nada é esperado da pessoa – apenas que ela acredite em Deus, no filho, no Espírito Santo.. .apenas que acredite que Jesus é o filho de Deus, e o messias.. e que ele veio para salvar toda a humanidade… e ele vai salvá-la também. Por que não ser salva por um preço tão baixo? Não lhe pedem muito. Apenas que acredite, e tudo será disposto a seu favor. Então, por que eu deveria optar pela dúvida? Ela deve naturalmente escolher a crença. (…) Vocês podem persuadir uma criança apenas lhe dando um brinquedo – e vocês lhe deram todo o paraíso. Se obtiveram o sucesso em persuadi-la a acreditar, não realizaram um grande milagre. Isso foi simplesmente exploração. Talvez o tenham feito inconscientemente; vocês também passaram pelo mesmo processo. E, quando fecharam as portas da dúvida, fecharam também as portas da razão, do pensamento, do questionamento. As portas da dúvida se fecharam, e vocês são apenas zumbis, hipnotizados, condicionados, persuadidos pelo medo, pela cobiça, a acreditar em coisas que nenhuma criança acreditaria se todas essas coisas não tivessem sido arranjadas para isso. Os políticos querem isso, porque, se vocês forem crentes em determinada religião, serão crédulos. Isso mostra a sua ingenuidade. Se vão à igreja, isso é indicação suficiente de que não são pessoas que pensam, que questionam, que argumentam, que não aceitarão qualquer coisa a menos que ela seja provada de maneira lógica, racional, científica. Vocês vão à sinagoga, vão à mesquita - e o político fica feliz. (…) As pessoas têm acreditado em qualquer bobagem.


Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, duvida e fanatismo - Indagação religiosa.



“A indagação religiosa não é algo que possa ser respondido por outra pessoa. Ninguém pode amar em nome de outro. A pessoa tem de viver a sua vida e tem de procurar e buscar as questões fundamentais da vida. E, ao menos que ela mesma descubra, não haverá alegria nem êxtase. Se Deus for simplesmente dado a ela, já pronto, ele não vale nada, é inútil. Mas é assim que vem sendo feito. O que vocês chamam de ideias religiosas não são religiosas, mas apenas superstições carregadas pelo tempo – por tanto tempo que apenas sua antiguidade as fez parecerem verdades.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo.


Crença, dúvida e fanatismo - Deixem as crianças livres!


“Toda criança é criada e condicionada em uma determinada religião. Esse é um dos maiores crimes contra a humanidade. Nada pode ser um crime maior do que poluir a mente de uma criança inocente com ideias que vão se tornar impedimentos em sua descoberta da vida. No momento em que alguém quer descobrir algo, tem de estar absolutamente desprovido de preconceitos. É Impossível descobrir a religião sendo um muçulmano, um cristão ou um hindu. Não. Estas são as maneiras de evitar que uma pessoa descubra a religião. Até agora, toda a sociedade tem tentado doutrinar toda criança. Antes de a criança se tornar capaz de fazer perguntas, ela já está recebendo respostas. Vocês veem a estupidez disso? A criança ainda não fez a pergunta e já lhe está sendo proporcionada uma resposta. E, a menos que ela formule sua própria pergunta, como pode obter sua própria resposta? A busca tem que ser sinceramente dela. Não pode ser emprestada, não pode ser herdada. Mas esse absurdo tem perdurado por séculos. O padre está interessado, o político está interessado, os pais estão interessados em fazer algo de você antes que você possa descobrir quem você é. Eles temem que, se você descobrir quem é, será um rebelde, será perigoso para os interesses estabelecidos. E então você será um indivíduo vivendo em seu direito próprio e não vivendo uma vida emprestada.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, duvida e fanatismo - Seriedade!


“Um homem permanece infeliz quando se torna fechado dentro da própria mente e prossegue fazendo castelos de areia – palavras, teorias, hipóteses. Ele perde o contato com a existência. E perder o contato com a existência é estar quase morto antes que a morte chegue. 

É quase como se a média as pessoas morresse aos 30 anos e fosse enterrada aos 70. durante 40 anos, o que elas ficaram fazendo aqui? Apenas se arrastando na direção do túmulo. Essas pessoas vão às igrejas, vão aos templos, vão às mesquitas, vão às sinagogas, e por causa desses cadáveres todas as sinagogas, todas as igrejas, todos os templos se tornaram completamente tristes e sérios.

Mas a existência integral não é séria. Para mim, o único templo autêntico é a existência. Aprenda com ela. Você não precisa se tornar um filósofo, não precisa se tornar um santo. Não precisa se tornar um sábio. É perfeitamente bom permanecer o contrário! O chamado sábio tem torturado tanto a humanidade que agora a minha preferência é pelo contrário.

Seja mais humano. Não traia a terra. Seja mais apaixonado pela terra e pelos tesouros que a terra lhes proporciona. Ela é o nosso lar. Nós não estamos aqui para renunciar, estamos aqui para rejubilar. Queremos participar da dança da existência. Meu povo não é contra a vida; meu povo é afirmativo da vida. Sem vida não há Deus. E a vida não é algo para ser pensado, é algo para ser dançado, amado, celebrado.”

Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, duvida e fanatismo - Jovialidade



“Minha ênfase está em aumentar sua jovialidade, seu riso, porque este mundo não é para o infeliz. Este mundo não é para as pessoas que se tornaram muito acostumadas com a ansiedade e a angústia. Este mundo pertence àqueles momento a momento em absoluto êxtase. A jovialidade, e não a seriedade, um senso de humor são, para mim, as qualidades fundamentais de um ser religioso.
(…) Simplesmente permaneça alegre. A existência ama a alegria mais do que tudo.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Acorde o Mestre!



“Vocé é uma casa repleta de coisas, mas está faltando o mestre. Acorde o mestre. Fique mais alerta, consciente, receptivo. E virá a conhecer os enormes mistérios que o cercam. Quando uma pessoa se percebe cercada por mistérios, uma profunda gratidão surge em seu coração. Essa gratidão é a única oração autêntica. Todas as outras orações são falsas, fabricadas pelo homem. Só a gratidão que surge espontaneamente não é fabricada por você. É um acontecimento parecido com o amor. E, quando ela começa a acontecer, começa a ficar cada vez mais ampla, maior. Logo começa a alcançar as estrelas distantes. Toda a sua vida se torna nada além de uma oração, seu trabalho se torna uma oração, seu sono se torna uma oração. Não é algo que você faça em uma igreja ou em um templo. É algo que está presente onde quer que você esteja.”


Osho – Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Ninguém pode abalar minhas crenças!


"Você diz: “Ninguém consegue abalar minhas crenças” (...) Você já está internamente abalado!
Posso vê-lo tremendo! E isso é natural, porque você sabe que não sabe. Essas crenças foram-lhe emprestadas por outros. Os padres lhe disseram e você acreditou. Você acreditou porque não estava realmente interessado na verdade, e então disse: “tudo bem”. Você não estava realmente preocupado com a verdade, e então disse que estava tudo bem. (…) Esta é a situação vigente no mundo: alguns são cristãos, alguns são hindus, alguns são muçulmanos. Se você olhar profundamente dentro delas verá que eles não se importam se Deus realmente existe ou não, não se importam com qual é a verdade. Simplesmente aceitaram a crença das pessoas que estão à sua volta. Isso é formal, é uma segurança social. É confortável fazer parte da maioria, é bom que os outros achem que você é religioso. Mas você não é religioso! Não é fácil ser religioso. Uma das aventuras mais perigosas da vida é ser religioso. Isso significa abandonar todas as crenças e partir para o desconhecido sem nenhum mapa." 

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 



Crença, dúvida e fanatismo: Católico convicto


"Você diz: “Sou católico convicto”. Foi apenas por acaso que você nasceu em uma casa católica. Se tivesse nascido e sido criado em uma família hindu, teria se tornado um hindu convicto. Se tivesse nascido na Rússia soviética e sido criado por um comunista, teria se tornado um comunista convicto. A convicção teria permanecido a mesma, do contrário tudo teria sido diferente. Essa convicção mostra simplesmente que você não é muito inteligente. Uma pessoa inteligente não acredita; ela tenta saber , ela investiga. Uma pessoa inteligente não é hindu ou muçulmana. Uma pessoa inteligente diz: “Ainda não sei, portanto como posso declarar o que é certo e o que é errado? Como posso dizer que a Bíblia está certa e o Alcorão está errado, ou vice-versa?” A pessoa inteligente só pode dizer uma coisa: “eu não sei, e não posso ter nenhum preconceito se realmente quero saber”. Ela permanece se preconceitos, aberta.

Sendo um católico, você está fechado; sendo um jainista, você está fechado; sendo um budista, você está fechado. Você não é um investigador, não é um buscador. Você não ama a verdade, ama a segurança. A crença lhe dá segurança. E, se quiser saber a verdade, terá de começar com o agnosticismo, terá de partir da condição de não saber. Toda verdadeira investigação só parte do não saber. Você precisa estar claramente consciente de que “eu não sei; mas tenho de procurar, tenho de buscar, tenho de encontrar, e devo partir sem nenhuma concepção a priori”.


Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Livre da culpa



(…) Você nunca cometeu um pecado; o pecado é uma invenção do padre para criar a culpa em você. Você não necessita de nenhuma salvação. Tudo de que necessita é uma pequena sacudidela para poder acordar. Você não precisa de sacerdotes. Certamente precisa de pessoas despertas, porque só os despertos podem sacudir aqueles que estão dormindo profundamente e sonhando. E a humanidade precisa estar livre da culpa, livre da ideia de pecado, livre da ideia de arrependimento. A humanidade precisa de inocência, e os sacerdotes não lhe permitem ser inocente; eles corrompem sua mente. 

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - A culpa dentro das religiões


"Todas as religiões vêm tentando manter a humanidade imatura, juvenil, infantil. Todas temem que, uma vez que a humanidade amadureça, elas não terão nenhum valor; perderão todo o seu esplendor. Não serão capazes de explorar uma humanidade madura; elas só podem explorar crianças. Então, que pecado a humanidade cometeu para que Jesus precisasse vir para a salvação do mundo?

Gostaria de deixar absolutamente claro a você que não é necessária nenhuma salvação. Em segundo lugar, se você sente que há qualquer necessidade, ela não pode ser satisfeita por ninguém, exceto por você mesmo. Em terceiro lugar, você não está vivendo em pecado, está vivendo na natureza – mas, se a natureza é condenada, você começa a se sentir culpado. E esse é o ofício dos sacerdotes: fazê-lo se sentir culpado. Eu não acho que Jesus tenha dito que seu sacrifício na cruz foi para salvar o mundo dos pecados do homem. Os sacerdotes devem ter imposto suas ideias sobre Jesus. 

O Novo Testamento foi escrito séculos depois, e depois ao longo de mais séculos ele foi editado, modificado, e as palavras que Jesus falou foram ditas em uma língua que não está mais viva, o aramaico. Não foram proferidas em hebraico ou em um dialeto do hebraico. Quando as palavras de Jesus foram traduzidas – primeiro para o latim – uma grande mudança aconteceu: elas perderam sua qualidade original, seu sabor. Elas perderam algo muito essencial: a sua alma. E quando do latim foram traduzidas para o inglês, algo foi, mais uma vez, perdido. (…) 

É quase impossível entender Jesus através dos sacerdotes. A única maneira pura, a única maneira possível, é ir para dentro de si, retornar ao seu interior. Lá você encontrará a consciência crística. A única maneira de entender Cristo é se tornar Cristo. Nunca seja um cristão, seja um Cristo! Nunca seja um budista, seja um Buda! Nunca seja um hindu, seja um Krishna! E se você quiser ser um Krishna, um Jesus ou um Buda, não precisará recorrer às escrituras nem precisará perguntar aos eruditos: você terá de perguntar aos místicos como ir para dentro de si."

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 


Crença, dúvida e fanatismo - Salvação do mundo.


"(...) ninguém pode resolver os problemas dos outros, ninguém pode ser a salvação do mundo. E você pode ver isso – o mundo continua o mesmo! Vinte séculos se passaram e os sacerdotes cristãos continuam falando bobagens, que ele se sacrificou pela salvação do mundo. Mas onde está a salvação do mundo? Ou ele fracassou, não conseguiu lidar com isso – e isso eles não podem aceitar – Então o que aconteceu? O mundo parece ser exatamente o mesmo, nada mudou. A humanidade permanece na mesma miséria. Mas Jesus não pode ter dito: “Eu vim para salvação do mundo”. Mas isso sempre acontece quando uma igreja começa a se estabelecer. Ela tem de criar estas ideias; do contrário, quem vai ouvir os sacerdotes? Jesus é a sua salvação – não apenas isso, mas a única salvação! Uma noite eu estava examinando um livro: Jesus, o único caminho. Por que único caminho? Buda não é um caminho? Lao-Tsé não é um caminho? Zaratustra não é um caminho? Moisés não é um caminho? Há infinitas maneiras de se chegar a Deus. Por que tornar Deus tão pobre? Apenas um caminho? Mas o sacerdote cristão não estão interessados em Deus, ele está interessado em criar um negócio. Ele tem de declarar que Jesus é o único caminho, que todos os outros caminhos estão errados. Ele está em busca de clientela.

Por isso toda religião cria fascistas e fanáticos. Toda religião declara: “o meu é o único caminho certo – somente através de mim você pode chegar a Deus. Se você seguir outro caminho está destinado ao inferno, está condenado”. Essa é uma maneira fascista de pensar, e isso cria fanáticos. E todas as pessoas religiosas são assim, e o mundo tem sofrido muito por causa desta abordagem fanática. (..) 

Jesus é um caminho, mas o caminho tem de ser percorrido. O caminho pode continuar onde está; isso não vai ajudá-lo. Só por estar ali crucificado, Jesus não poderia ser a salvação do mundo – do contrário, isso já teria acontecido! Então, o que estamos fazendo agora? O que os sacerdotes estão fazendo agora? O que o papa está fazendo agora? (…)

Buda diz: “Os Budas podem apenas apontar o caminho”. Mas os discípulos fanáticos sempre querem fazer alegações. Até mesmo os jainistas alegam que Mahavira veio ao mundo para salvar a humanidade. (…) Mahavira é muito claro. Ele diz em termos absolutamente definidos que ninguém pode salvar ninguém: “eu não vim para salvar ninguém. Se eu puder salvar a mim mesmo, já é suficiente”. 

Por que as pessoas continuam atrás da salvação da humanidade? E como você pode conseguir? Você não criou a infelicidade para o mundo, como pode destruí-la? Se Jesus fosse a causa de infelicidade do mundo, então ele realmente poderia por fim a ela. Se ele tivesse sido a pessoa que o aprisionou, ele poderia abrir os portões, destrancar as portas e lhe dizer para sair, e você estaria livre. Mas ele não foi a pessoa que fez isso. Você fez isso. Seu inferno é criado por você. O que Jesus pode fazer a respeito disso? Mas essa lógica estúpida penetrou de modo muito profundo na mente da humanidade por certa razão: sempre queremos que outra pessoa seja responsável - por nossa infelicidade, por nossa felicidade ; sempre queremos que seja responsabilidade de outra pessoa. (..) Ora, os cristãos, dizem que Adão e Eva cometeram o pecado original e por isso toda a humanidade está sofrendo. E isso é claramente uma tolice!


Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. Sacrifício na Cruz


"Jesus disse que seu sacrifício na cruz foi para salvar o mundo dos pecados do homem. Por favor, você poderia comentar sobre isso?

A primeira coisa a ser entendida sobre um homem como Jesus é que qualquer igreja que pretenda se desenvolver em torno desse homem e falar sobre ele tende a estar errada. O que a igreja cristã diz sobre Cristo não pode ser verdade. Na realidade, o sacerdote cristão absolutamente não representa Cristo. Ele é o mesmo velho rabino em novos paramentos, o mesmo velho rabino que foi responsável pelo assassinato de Jesus. O papa não é um tipo de pessoa diferente. (…) Jesus é um rebelde, assim como Buda ou como Lao-Tsé. Quando a igreja começa a se estabelecer, ela começa destruindo a rebeldia de Jesus, de Buda, pelo fato de a rebelião não poder estar em conformidade com uma instituição. Ela começa impondo suas próprias ideias. Começa selecionando o que mantar na Bíblia e o que não manter. Muitas coisas foram eliminadas, muitas coisas não foram incluídas.

(…) eu conheço Jesus porque conheço a meditação. Meu conhecimento de Jesus não veio da Bíblia, não veio através da teologia cristã. Eu conheço Jesus diretamente. Conheço Jesus porque conheço a mim mesmo; essa é a única maneira de conhecer todos os Budas. No momento em que você conhece o seu próprio estado búdico, passa a conhecer todos os budas; a experiência é a mesma.

Todas as diferenças estão na mente; no momento em que você transcende a mente, não há mais diferenças. Como pode haver diferenças no vazio absoluto? Dois vazios só podem ser absolutamente iguais. As mentes tendem a ser diferentes porque elas consistem em pensamentos. Quando há nuvens no céu, cada nuvem é diferente, mas quando não há nenhuma nuvem, todo céu é igual".  

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Em busca da salvação.


"Nossas orações, nossos cantos, nossos mantras, nossas escrituras, nossos deuses, nossos sacerdotes, são todos parte da nossa armadura psicológica. Isso é muito sutil. Um cristão acredita que será salvo – ninguém mais. Ora, esse é o seu mecanismo de defesa. Todos vão para o inferno, exceto ele, porque ele é um cristão. Mas toda religião acredita da mesma maneira, que só seus devotos serão salvos. Isso não é uma questão de religião. É uma questão de medo e de ser salvo do medo; assim, de certo modo, é natural. Mas, a certa altura da sua maturidade, a inteligência exige que isso seja deixado de lado. Era bom quando você era criança, mas um dia você vai ter de deixar de lado o seu ursinho." 

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, duvida e fanatismo. Oração e Meditação.


"a oração é feita de palavras. Mais uma vez você estará falando, cantando, usando um mantra ou alguma outra coisa. Na meditação as palavras têm de ser abandonadas e você tem de aprender a permanecer sem elas, ainda que por poucos momentos. Mas, nesses poucos momentos, muitas bençãos caem sobre você. A partir desses pequenos vazios todo o universo começa a se derramar sobre você. Sou a favor da meditação e contra a oração. O meditador vem a conhecer – sente a realidade palpitante dentro de si- o pulsar da existência. E então há uma gratidão sem qualquer motivo, uma gratidão por ninguém em particular, simplesmente uma gratidão por tudo, por tudo o que existe. Para mim, se você quer algo parecido com uma oração, então que seja um caso de amor, autêntico, sem qualquer motivo. Que seja apenas um agradecimento, não dirigido a ninguém em particular, dirigido ao todo."

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. Se Deus não existe, o que é a oração?




A oração é um subproduto do teísmo. Você começa com uma crença em Deus, e então, naturalmente, algum tipo de relacionamento entre você e Deus é necessário. Isso é a oração. Você começa glorificando. É claro que há alguma motivação: você está pedindo algo mediante a sua oração. Sua oração não é simplesmente um puro caso de amor – não, ela é um negócio. Por isso, quando você está em dificuldade, você reza; quando não está em dificuldade, se esquece de rezar. Quando está com alguma dificuldade, incapaz de lidar com ela, você reza porque necessita da ajuda de Deus. No momento em que não está em dificuldade, esquece-se tanto de Deus quanto da oração.
(…)

Sou contra a oração porque ela é basicamente um negócio. Ela está subornando Deus. Você espera poder reforçar o ego dele: “O senhor é maravilhoso, é compassivo, pode fazer tudo que quiser”. E tudo isso está sendo dito porque você quer alguma coisa. Há uma motivação por trás disso; do contrário, você não rezaria. Sou contra a oração. Sou a favor da meditação. E estas são as duas únicas dimensões: a oração, a falsa dimensão; e a meditação, a verdadeira dimensão. 

Na oração você tenta primeiro imaginar um Deus ali, e então projeta uma oração. Na meditação você não tem de projetar nenhum Deus, não tem de acreditar em nenhum Deus, não tem de proferir uma única palavra de oração. Ao contrário, você tem de se voltar para dentro de si. Na oração você está se movendo para fora: para um Deus que está lá.. e então há uma ponte de oração entre você e Deus.

Na meditação, você não tem Deus lá. Você busca dentro de si. Você busca dentro de si, busca pelo que existe ali. Quem eu sou? O que é esta energia de vida? O que é esta consciência que existe em mim? Se eu conseguir pelo menos conhecer esta consciência, esta vida em mim, eu conhecerei a vida universal e serei parte dela.
(…)

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo - Dúvida


"A ficção religiosa tem de ser abandonada porque está impedindo o seu caminho, impedindo-o de atingir a realidade. Você tem de se livrar de toda a bobagem que seus pais, sua sociedade, seus professores, seus antepassados religiosos te disseram. A menos que se livre completamente disso, você não conseguira dar o primeiro passo para ser religioso. A religiosidade é uma qualidade do seu ser; ela não tem nada a ver com qualquer ritual externo a você, é uma qualidade do seu ser. (...)

Eu lhe digo: duvidar é ser religioso; acreditar é ser irreligioso. Mas essas pseudorreligiões eram realmente astuciosas, espertas. O que os psicólogos não descobriram até mesmo hoje, elas descobriram cinco mil anos atrás: que a dúvida é perigosa, ela aprimora o intelecto. A crença é confortável, conveniente, pois ela entorpece. É uma espécie de droga; transforma-o em um zumbi.

(…) Destrua suas crenças. Certamente isso será desconfortável, inconveniente, mas nada valioso será ganho sem inconveniência."  

Osho- Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. A ficção religiosa.


"Você pode pegar qualquer outra concepção de Deus e vai achar impossível criar uma religião em torno dela. Mas até agora isso tem acontecido! A ficção de Deus está no centro e, em torno da ficção, todas as outras ficções foram criadas – do céu e do inferno, do pecado e do castigo, do arrependimento e do perdão. E todo esse circo não é nada além da exploração pelos espertos sacerdotes de todas as religiões. Sim, sem Deus não pode haver sacerdote. Sem Deus não pode existir o conceito do pecado. Sem Deus não pode haver céu e inferno. Sem Deus não pode haver templo, sinagoga, igreja. Se você acha que são essas coisas que fazem uma religião, então é claro que vai pensar isto: como pode haver uma religião sem Deus? Mas essas coisas não tem nada a ver com religião. Na verdade, para mim, elas são impedimentos para a descoberta da religiosidade. E deixe que este seja outro choque para você: a religião autêntica vai ser desprovida de Deus – e também desprovida de religião. 

Estou lhes ensinado uma religião sem religião. Você terá de penetrar um pouco mais fundo nisso porque as palavras parecem contraditórias: religião sem religião. Quando eu digo religião sem religião, quero dizer que o padre, a sinagoga, o rabino, o pandit indiano, o papa, a igreja, aquele que reza, as sagradas escrituras, o espírito santo e o não santo – todos esses têm de ser descartados, porque é o que você tem conhecido como sendo religião. As escrituras sagradas não são nada além de ficção religiosa, assim como há as ficções científicas. E é belo escrever uma ficção científica, é uma arte. Essas ficções religiosas não são sequer artísticas, 90 por cento lixo, porcaria."

Osho - Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. Religiões prontas.


"Com Deus você não pode criar religião, pela simples razão de que Deus já criou a Bíblia para os cristãos, o Torá para os judeus, os Vedas para os hindus… ele já os criou; ele já lhe deu religiões prontas. Não lhe permitiu procurar, buscar e encontrar. E há algo imensamente importante com relação à verdade: a menos que você a encontre, ela nunca se tornará verdade para você. Se for a verdade de alguma outra pessoa e você a tomou emprestado, nesse próprio empréstimo ela não é mais verdade – tornou-se uma mentira. (…)

Todas as escrituras sagradas estão repletas de mentiras. Deus não lhe deu a chance de descobrir a religião, mas lhe deu a religião já pronta; e não lhe permite sequer questioná-la, duvidar dela: esse é um grande pecado. Há todo tipo de estupidez nas suas escrituras religiosas, mas você tem de acreditar totalmente nelas. (…).

Bertrand Russel perguntou: “por que na trindade não foi incluída uma mulher?” Deus pai, Deus filho e o Espírito Santo. Que espécie de família é essa? Essa sagrada família parece ser muito tola. Por que não colocaram uma mulher nela? Porque todas as religiões têm sido contra as mulheres. Colocar uma mulher na trindade, na mais alta posição de poder, era impossível para elas, por isso tiveram de colocar o Espírito Santo."  

Osho - Crença, duvida e fanatismo.

Crença, dúvida e fanatismo. Experimentando o Divino.

"O divino não é algo que o argumento possa provar ou refutar. É algo que você pode experimentar. Você ficará surpreso em saber que as palavras “medicina’ e “meditação’ vêm da mesma raiz. A medicina cura o corpo, a meditação cura o seu ser; é a medicina interna.
Eu tenho experienciado o divino em toda parte, porque não existe nenhuma outra coisa. Mas não existe nenhum Deus. E, se você experimentar o divino, basta um pouquinho de meditação, basta se tornar um pouquinho distante dos pensamentos e permanecer consciente. Quando sua consciência está presente e os pensamentos começam a cair como folhas no outono, e quando há apenas consciência sem um único pensamento ali, você sentirá em sua língua o gosto, o verdadeiro gosto, disso que eu estou falando. E, a menos que o tenha experimentado, não acredite em mim; não acredite em ninguém, porque a crença pode se tornar um mendigo. Você pode ficar satisfeito com a crença e pode jamais experimentar."

Osho - Crença, dúvida e fanatismo 

Osho- Crença, dúvida e fanatismo. Criador e Divindade.


"Se você diz que o universo necessita de um Deus para criá-lo, surge de imediato a pergunta: “Quem criou Deus”? (..) Eu digo que a existência em si é suficiente, não necessita de um criador. Ela é a própria criatividade. Sendo assim, em vez de me perguntar se eu acredito em um criador, você deve me perguntar qual é o meu substituto para Deus, o criador. Meu substituto é a energia existencial da criatividade. E para mim, ser criativo é a qualidade religiosa mais importante. (...) ir à igreja é tolice, mas criar um jardim é tremendamente religioso. (…) Para mim, criatividade é Deus. Mas será melhor você permitir mudar a palavra deus para divino. Não existe nenhuma pessoa que seja Deus, mas existe uma tremenda energia – explodindo, infindável, se expandindo. Essa energia em expansão, infinita, explodindo, essa criatividade, é divina. Eu a conheço; não acredito nela. Eu a provei; não acredito nela. Eu a toquei, a respirei, a conheci no âmago do meu ser. E ela está tanto em você quanto em mim. Simplesmente olhe para dentro de si, apenas dê uma pequena virada de 180 graus e ficará ciente de uma verdade. Então você não pedirá por crenças. Só as pessoas cegas acreditam na luz. Aquelas que têm olhos não acreditam na luz, simplesmente a veem."  

Osho- Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. Religiões sem Deus.


"Por exemplo, há religiões que acreditam em Deus, e há religiões que não. Então, Deus não é uma necessidade para a religião. O budismo não acredita em Deus, o jainismo não acredita em Deus. Então, tente entender, pois no ocidente isso é um problema. Vocês só conhecem três religiões, todas elas baseadas no judaísmo: cristianismo, judaísmo e islamismo, e todas as três acreditam em Deus.

Vocês não conhecem Buda – ele nunca acreditou em Deus. Isso me faz lembrar de uma declaração de H.G. Wells a respeito de Gautama Buda. Ele disse: “Ele é a pessoa mais ateia, mas a mais divina”. Uma pessoa ateia e divina? Você acha que há alguma contradição nisso? Não há contradição . Buda nunca acreditou em Deus, não tinha necessidade disso. Ele era tao plenamente preenchido que o seu total preenchimento se tornou uma fragrância em torno dele. Mahavira nunca acreditou em Deus, mas sua vida foi tão divina quanto poderia ser. (…) Deus é uma ficção, mas o divino não é uma ficção, é uma qualidade. “Deus” é uma pessoa – como uma pessoa, é uma ficção; não há nenhum Deus sentado no céu criando o mundo. (...) mas as ficções – e as velhas tradições, repetidas milhões de vezes – acabam assumindo uma realidade própria. (…) Em três mil anos o homem lutou cinco mil guerras. Isso é uma criação de Deus? Que tipos de ficções tolas podem se tornar realidade quando você começa a acreditar nelas?"  

Osho- Crença, dúvida e fanatismo. 

Crença, dúvida e fanatismo. Você acredita em Deus ?




"Eu não acredito na crença. Isso tem de ser entendido em primeiro lugar. Ninguém me pergunta: “Você acredita no sol? Você acredita na lua?” Ninguém faz essas perguntas. Já conheci milhões de pessoas, e faz trinta anos que respondo a milhares de perguntas. Ninguém me pergunta: “você acredita na rosa?” Não é necessário ; você pode ver que a rosa está ali. Só se tem de acreditar em ficções, não em fatos. Deus é maior ficção que o homem criou; por isso você tem de acreditar nele. E porque o homem teve de criar essa ficção de Deus? Deve ser alguma necessidade interna. Eu não tenho essa necessidade, e, portanto, a pergunta não existe. (…) Dessa forma, o homem vive buscando significado. Ele criou Deus como a ficção para preencher sua necessidade de significado. Sem Deus, o mundo se torna acidental. (…) 

Não posso dizer “Deus existe” e não posso dizer “Deus não existe”. Para mim, a pergunta é irrelevante. É um fenômeno fictício. Meu trabalho é totalmente diferente. (…) Qual o significado de uma rosa ou de uma nuvem flutuando no céu? Elas não tem significado, mas existe nelas uma imensa beleza. Não há significado – o rio continua fluindo. Mas há tanto júbilo nisso que o significado não é necessário! E a menos que uma pessoa seja capaz de viver sem pedir significado, momento a momento, com beleza, com felicidade, por nenhuma razão… Basta respirar! Por que você deve perguntar? E para quê? Por que você faz da vida um negócio?

O amor não é suficiente? Você tem de perguntar qual é o significado do amor? E, se não há significado no amor, então é claro que a sua vida se torna desprovida de amor. Você faz uma pergunta errada. O amor em si é suficiente; ele não necessita de nenhum outro significado para torná-lo belo, uma alegria. Os pássaros cantam pela manhã… qual é o significado disso? Para mim, toda a existência é desprovida de significado. E, quanto mais eu fico silente e sintonizado com a existência, mais fica claro que não há necessidade de significado. A existência é suficiente como ela é. Não crie ficções. Uma vez que você cria uma ficção, tem de criar mil e uma outras para apoiá-la, porque ela não tem apoio na realidade."

Osho - crença, dúvida e fanatismo.