A oração é um
subproduto do teísmo. Você começa com uma crença em Deus, e
então, naturalmente, algum tipo de relacionamento entre você e Deus
é necessário. Isso é a oração. Você começa glorificando. É
claro que há alguma motivação: você está pedindo algo mediante a
sua oração. Sua oração não é simplesmente um puro caso de amor
– não, ela é um negócio. Por isso, quando você está em
dificuldade, você reza; quando não está em dificuldade, se esquece
de rezar. Quando está com alguma dificuldade, incapaz de lidar com
ela, você reza porque necessita da ajuda de Deus. No momento em que
não está em dificuldade, esquece-se tanto de Deus quanto da oração.
(…)
Sou contra a oração
porque ela é basicamente um negócio. Ela está subornando Deus.
Você espera poder reforçar o ego dele: “O senhor é maravilhoso,
é compassivo, pode fazer tudo que quiser”. E tudo isso está sendo
dito porque você quer alguma coisa. Há uma motivação por trás
disso; do contrário, você não rezaria. Sou contra a oração. Sou
a favor da meditação. E estas são as duas únicas dimensões: a
oração, a falsa dimensão; e a meditação, a verdadeira dimensão.
Na oração você tenta primeiro imaginar um Deus ali, e então
projeta uma oração. Na meditação você não tem de projetar
nenhum Deus, não tem de acreditar em nenhum Deus, não tem de
proferir uma única palavra de oração. Ao contrário, você tem de
se voltar para dentro de si. Na oração você está se movendo para
fora: para um Deus que está lá.. e então há uma ponte de oração
entre você e Deus.
Na meditação, você
não tem Deus lá. Você busca dentro de si. Você busca dentro de
si, busca pelo que existe ali. Quem eu sou? O que é esta energia de
vida? O que é esta consciência que existe em mim? Se eu conseguir
pelo menos conhecer esta consciência, esta vida em mim, eu
conhecerei a vida universal e serei parte dela.
(…)
Osho - Crença, dúvida e fanatismo.
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