“O budismo não
acredita num Deus, nem o Jainismo acredita num Deus, mas acreditam em
deuses. Eles são muito mais democráticos em seus conceitos do que o
islamismo, o judaísmo ou o cristianismo. Essas religiões são mais
elitistas: um Deus, uma religião, uma escritura sagrada, um profeta;
elas são muito monopolizadoras. Mas o budismo tem uma abordagem
totalmente diferente, muito mais democrática, muito mais humana. Ele
concebe milhões de deuses.
Na verdade, todo ser que existe precisa
se tornar um deus um dia. Quando ela se ilumina, torna-se um deus. De
acordo com o budismo, não existe nenhum Deus como criador, e isso
traz dignidade a todos os seres. Você não é uma marionete, você
tem uma individualidade, uma liberdade e uma dignidade. Ninguém pode
criá-lo, ninguém pode destruí-lo. Daí surgiu um outro conceito:
ninguém pode salvá-lo, exceto você mesmo.
No Cristianismo existe a
ideia de um salvador; no judaísmo existe a ideia de salvador. Se
houver um Deus, ele poderá enviar seus mensageiros, profetas e
messias para salvá-lo. Mesmo libertar a si mesmo não está em suas
mãos; mesmo sua libertação será um tipo de escravidão; uma outra
pessoa o liberta, e uma libertação que está nas mãos de uma outra
pessoa não é de fato uma libertação.
A liberdade precisa ser
conquistada e não mendigada, a liberdade precisa ser arrebatada e
não pedida em uma oração. A liberdade concedida a você por
compaixão, como uma dádiva, não tem muito valor. Por isso, no
budismo também não existe um salvador, mas existem deuses, os que
se iluminaram antes. Desde a eternidade, milhões de pessoas devem ter
se iluminado, e todas elas são deuses.”
Buda – Sua vida e
seus ensinamentos – Osho.